quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Boa Onda!


Ora aí está uma lufada de ar fresco!
Boa música, bom som, boa onda!
Os GOTA apresentaram-se ao mundo no passado dia 25 de Janeiro, com o álbum de estreia que dá pelo mesmo nome, com um fenomenal concerto no Club Lua em Lisboa. João Barbosa e Pedro Pires de suas graças, assumem a responsabilidade creativa (a todos os níveis) deste novo projecto, desde a composição musical, às letras, grafismo, produção, gravação, edição e distribuição do CD agora à venda nas FNAC's da região da Capital.
Entre os dois gravaram todos os instrumentos, à excepção do Violino e do Contrabaixo no tema Crescer, acompanhados apenas à bateria por um muito perspicaz Vicky, que conseguiu captar na perfeição a essência dos temas e acrescentar a gota que fez transbordar o copo que as esmagadoras guitarras do Barbosa se tinham encarregado de encher. Há muito tempo que não ouvia um som de guitarra tão bom.
Um álbum simples, com mensagens claras, extraordináriamente bem concebido e executado.
Do canário!
http://www.gotamusica.com/

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

A importância de ser Amável II

Dito e feito.
Resgatei da estante esse rasgo de insuflação divina em três actos de Oscar Wilde, que retrata de forma corrosiva a sociedade victoriana londrina do final de séc. XIX.
Gostaria de partilhar convosco alguns dos momentos que considero particularmente interessantes e o primeiro conclui uma conversa entre as duas personagens principais, Jack e Algernon.
Diz Jack: "Estou farto até aos olhos de frases inteligentes. Hoje todo o bicho-careta é inteligente. Não se vai a parte nenhuma que não se encontrem pessoas inteligentes. A coisa está a tornar-se um flagelo. Quem me dera que ainda houvesse pessoas estúpidas!"
É lamentável observar como a Humanidade se encarregou de lhe fazer a vontade. Não consigo compreender por que razão quanto mais evoluída se torna a sociedade maiores são as lacunas nas relações sociais. Longe vão os dias do Iluminismo, em que primavam as noções de natureza, sociedade, espírito crítico e progresso, o orgulho do conhecimento racional e científico. Mais distantes ainda os dias do Renascimento e do gosto pela beleza, pela intelectualidade, em que o homem buscava a compreensão e o domínio de si próprio e da natureza através das artes, e acreditava nas capacidades da razão humana para decifrar os enigmas do mundo.
Hoje alteramos o que demorou séculos a instituir de forma a justificarmos a nossa ignorância. Ao invés de procurarmos a instrução e a educação corrompemos os livros de história, os dicionários e as enciclopédias. Assinamos acordos ortográficos que reabilitam a nossa iliteracia. Fizemos Ctrl+Alt+Del ao bem falar e ao bem escrever. Ao bem pensar.
Como justificaríamos o "estado da nação" a Camões? A Nuno Gonçalves? A Pedro Nunes?
Para mim D. Afonso Henriques veio conquistar Lisboa aos Mouros pois preferiu bater-se com eles a enfrentar a fúria do avô, após ter batido em sua mãe. Para mim o Infante D. Henrique fez-se "ao mar oceano sem fim" pois a coroa de seu pai estava falida, o que aliás já D. Diniz havia previsto século e meio antes. E para mim o padroeiro de Lisboa será sempre S. Vicente.

"Engana-se a cada passo o sentido dos brutos com as semelhanças das coisas, tendo-as por verdadeiras porque não é ajudado de algum entendimento;(...)" [D. João de Castro (1500-1548)].

FAT FREE

Tenho que partilhar convosco um novo e genial conceito que me foi transmitido recentemente: o FAT FREE!
Este fim de semana fui almoçar "ca patroa e ca comadre" a um dos meus locais favoritos, o Hard Rock Café. É dos poucos sítios onde realmente me sinto em casa. O ambiente é óptimo, a decoração é extasiante, a banda sonora é excelente e o serviço é giríssimo. OK, não será a derradeira experiência gastronómica, mas os hamburguers são de carne e os Long Island Ice Tea's deliciosos.
No fim do almoço o simpático gerente perguntou-nos se queríamos sobremesa e recomendou um enormérrimo Hot Fudge Brownie Sundae, a especialidade da casa. Nós agradecemos mas recusámos, observando a obscenidade calórica do dito cujo, ao que o gerente respondeu:
"-Não tem problema! Todos os nossos produtos são FAT FREE! Garantido!"
Não conseguimos evitar um sorriso descrente, ao que ele contrapôs:
"-É isso mesmo, FAT FREE! A gordura você não paga, nós oferecemos!!!"
Brilhante!
:)

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Kodak

Julgo ser inquestionável que a vida é feita de momentos.
Breves frames ou curtíssimas metragens imortalizadas nas nossas memórias.
Acabo de rever um desses momentos.
Roxanne.
Sting e Brandford Marsalis, LIVE AID, Wembley, Julho de 85.
Apenas uma voz, guarnecida com uma guitarra e um saxofone.
O corpo e o calor da guitarra envolve sensualmente a súplica do trovador, enquanto o pecado simplesmente derrete à boca do saxofone.
Putzgrila!!!

Quase nada...

Hoje ouvi no rádio uma versão actual do "Quase Tudo" do Paulo Gonzo.
Mas porque raio é que ele não se deixou estar sossegadinho onde estava, que estava tão bem?!? Uma música fabulosa, com fenomenais interpretações do Vicky, Gonçalo Pereira, Alex Dinis, entre outros, com um arranjo genial, enfim, um Hino... E vai o gajo e escavaca-me (à falta de um termo mais adequado) a porra da música toda!
Digo-vos que levei isto a peito, inclusivamente! Como é que um gajo que nos deu as "Pedras da Calçada", "Acordar", "Leve Beijo Triste", se lembra de lançar um ataque de puro mau gosto sobre algo que deveria ser intocável de tão bom que era??
Como dizia o meu velho pai, "se não tens nada de interessante para dizer, está calado...".
Cabrão do coxo...

terça-feira, fevereiro 07, 2006

A importância de ser Amável

A genialidade do título desta sensacional peça de Oscar Wilde (que me imponho reler brevemente) poderia muito bem traduzir a essência daquela que devia ser a principal regra de conduta da sociedade, tanto nas nossas relações profissionais, como nas relações sociais.
Não serei leviano ao ponto de caracterizar Amabilidade no seu sentido mais simples, de elementar simpatia, mas incluindo obrigatóriamente outras definições como Respeito, Consideração, Cortesia, etc.. Mas será assim tão difícil sermos atenciosos uns com os outros? Não só para aqueles com quem nos damos, mas também para com aqueles que não conhecemos de lado nenhum. Custa assim tanto sermos educados e polidos com as pessoas? Será uma exigência desproporcionada pedir que nos tratem em igual medida? Estou farto de gente parva na minha vida, que aturo e me vejo a tolerar por mera obrigação. Sim, confesso que tenho um verdadeiro problema com gente parva, chegando ao ponto de ser mesmo intolerante, mas sobre esta temática me debruçar-me-ei mais tarde.
Encontro-me numa situação de verdadeira saturação, em que me vejo vitimado por esta miserável tendência social, perfeitamente despeitado por entidades que cada vez mais fazem por merecer cada vez menos o meu respeito e consideração. Não terão porventura a capacidade de visualizarem os estragos que infligem nas vidas alheias? Não me considero propriamente um Neandertal, penso que se se dirigirem a mim relativamente a determinados problemas ou situações que sou perfeitamente capaz de compreender, ou no mínimo tentar, e empreender uma solução conjunta para ambas as partes, como, aliás, se fez. E não é que mesmo assim ainda me querem sacar o tapete de debaixo dos pés??? Serão porventura incapazes de contemplarem o abuso??? Custava alguma coisa falarem directamente comigo, sem rodeios ou esquemas?
É uma porra dum país de Doutores, Engenheiros e Arquitectos com manias. Que teimam que tudo abaixo deles é Povo, e consequentemente, papalvos. Educação não significa Formação e mais que gente mal educada, anda por aí muita gente mal formada.
Não há maneira desta gente perceber que sozinhos não vão a lado nenhum. Que apenas o esforço concertado de um todo concede o poder de concretização e consequente vitória. E mesmo assim é preciso saber perder, que a vida não são apenas rosas. Mas não, quando alcançam o sucesso reclamam para si todos os louros em nome da equipa (que fenomenal descaramento!) mas quando conhecem a derrota, tratam imediatamente de apontar responsabilidades, que, pasme-se, nunca vêm da direcção deles.
Como se tudo isto não bastasse, parece que andaram todos na mesma escola!!! Seja aqui ou noutras praças a ladaínha é sempre a mesma. Felizmente para a minha saúde mental, ainda conheci a excepção que confirmou a regra.
É que nem chegam a ser mesquinhos.
São pequeninos...
Que corja de ciganos!
Irra!!!

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Uma homenagem

Já por diversas vezes me ocorreu começar o meu próprio blog. Não o fiz porque, sinceramente, ainda não tinha encontrado um tema suficiente merecedor de tal. Hoje, infelizmente, não é o caso.
Digo infelizmente porque aquele que motivou o ímpeto que me levou finalmente decidir-me é um homem a quem quero prestar sincera homenagem e que, malogradamente, faleceu no passado dia 29, João Bernardino Gomes.
Para quem não identifica o nome, foi o mentor, visionário e proprietário dos Hotéis Real.
Tive a oportunidade de trabalhar durante algum tempo para este pequeno gigante, que me mereceu o máximo respeito e admiração, que desde o seu arranque na indústria hoteleira com o Hotel Real Parque na década de 90, tem vindo desde então a desenvolver um percurso exemplar na Escola hoteleira portuguesa. Escolhendo os seus desafios e investimentos com olho clínico, construiu mais 5 hotéis conseguindo que cada um fosse mais fabuloso que o último, sabendo respeitar o património histório e cultural dos locais e edifícios onde instala os seus projectos, bem como das comunidades que o recebem, características cada vez mais raras no mapa do nosso Portugal. E avistam-se mais golpes de mestre no futuro próximo com a abertura do Villa Itália em Cascais, ainda este ano, e do Quinta do Barão em Carcavelos, para o próximo.
Soube seleccionar profissionais de incalculável valor e formar equipas com uma dinâmica e capacidade de trabalho extraordinárias, que geram um ambiente de trabalho, de convívio e, consequentemente, de conforto para o cliente, como poucos conhecerão. Um ambiente de liderança, sabendo reconhecer o trabalho, o esforço e o mérito de todos os que contribuem para a mesma causa, característica, aliás, comum a todos os elementos dessa magnífica equipa, que ostenta orgulhosamente os frutos do seu empenho e dedicação.
Orgulho-me, também eu, de ter feito parte desta família, onde trabalhei com as pessoas mais formidáveis que já tive oportunidade de conhecer e entristece-me que, neste momento, tenha de prescindir da sua companhia quotidiana, que motivos pessoais me levaram a deixar, mas nunca a esquecer.
Não posso deixar de considerar uma imensa injustiça o Sr. Gomes não vir a ter a oportunidade de ver realizados tão fenomenais projectos. Mais um argumento a favor da minha teoria sobre a inexistência dessa tal entidade superiora, omnipotente e omnipresente.
O Sr. Gomes deixa um cortejo de admiradores, que vão certamente ressentir-se da ausência quotidiana daquele que foi o seu mentor.
Que a sua inspiração e sapiência nos acompanhe hoje e sempre.
Atrevo-me a despedir-me com um abraço sentido, Sr. Gomes.

Porquê?

Porque sim.
Porque sou um indivíduo socialmente consciente e tenho a plena noção que chegam alturas em que as pessoas já não têm pachorra para me ouvir...
Assim, só lê quem quer.
Porque às vezes apetece-me dizer algo. E, muito derivado à profissão e respectivo horário, nem sempre há alguem por perto para ouvir. Depois dá-se o caso em que me esqueço do que queria dizer e enfim, perde-se um pensamento de pleno profícuo no universo da nulidade.
Não obstante, façam o obséquio de serem bem vindos
à Vida e obra de...
Xuggo!
Beijos & Abraços!