sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Uma homenagem

Já por diversas vezes me ocorreu começar o meu próprio blog. Não o fiz porque, sinceramente, ainda não tinha encontrado um tema suficiente merecedor de tal. Hoje, infelizmente, não é o caso.
Digo infelizmente porque aquele que motivou o ímpeto que me levou finalmente decidir-me é um homem a quem quero prestar sincera homenagem e que, malogradamente, faleceu no passado dia 29, João Bernardino Gomes.
Para quem não identifica o nome, foi o mentor, visionário e proprietário dos Hotéis Real.
Tive a oportunidade de trabalhar durante algum tempo para este pequeno gigante, que me mereceu o máximo respeito e admiração, que desde o seu arranque na indústria hoteleira com o Hotel Real Parque na década de 90, tem vindo desde então a desenvolver um percurso exemplar na Escola hoteleira portuguesa. Escolhendo os seus desafios e investimentos com olho clínico, construiu mais 5 hotéis conseguindo que cada um fosse mais fabuloso que o último, sabendo respeitar o património histório e cultural dos locais e edifícios onde instala os seus projectos, bem como das comunidades que o recebem, características cada vez mais raras no mapa do nosso Portugal. E avistam-se mais golpes de mestre no futuro próximo com a abertura do Villa Itália em Cascais, ainda este ano, e do Quinta do Barão em Carcavelos, para o próximo.
Soube seleccionar profissionais de incalculável valor e formar equipas com uma dinâmica e capacidade de trabalho extraordinárias, que geram um ambiente de trabalho, de convívio e, consequentemente, de conforto para o cliente, como poucos conhecerão. Um ambiente de liderança, sabendo reconhecer o trabalho, o esforço e o mérito de todos os que contribuem para a mesma causa, característica, aliás, comum a todos os elementos dessa magnífica equipa, que ostenta orgulhosamente os frutos do seu empenho e dedicação.
Orgulho-me, também eu, de ter feito parte desta família, onde trabalhei com as pessoas mais formidáveis que já tive oportunidade de conhecer e entristece-me que, neste momento, tenha de prescindir da sua companhia quotidiana, que motivos pessoais me levaram a deixar, mas nunca a esquecer.
Não posso deixar de considerar uma imensa injustiça o Sr. Gomes não vir a ter a oportunidade de ver realizados tão fenomenais projectos. Mais um argumento a favor da minha teoria sobre a inexistência dessa tal entidade superiora, omnipotente e omnipresente.
O Sr. Gomes deixa um cortejo de admiradores, que vão certamente ressentir-se da ausência quotidiana daquele que foi o seu mentor.
Que a sua inspiração e sapiência nos acompanhe hoje e sempre.
Atrevo-me a despedir-me com um abraço sentido, Sr. Gomes.

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