É o valor do superavit registado ao final do balanço do ano económico transacto pelos nossos vizinhos ibéricos.
9 Mil Milhões de Euros é o valor do déficit registado ao final do ano económico transacto pelos nossos governantes de S. Bento.
Ou seja, 20 Mil Milhões de Euros separam-nos da super gestão madrilena que, pela primeira vez na sua história, conseguiu atingir o excedente orçamental nas contas públicas. Se considerarmos que o 1º Ministro Zapatero foi eleito por acidente, ainda mais extraordinária se torna esta notícia. Acho que vale a pena recordar que nas últimas legislativas espanholas, na Primavera de 2004, Zapatero conseguiu uma magra vantagem sobre o seu concorrente do PP, Mariano Rajoy, que perdeu o voto dos militantes do próprio partido como forma de castigo ao então partido governante. Oops, disseram os espanhóis, não íamos só retirar a maioria absoluta ao PP? esquecendo que a diferença entre a fortuna e o desaire são os dois pontos percentuais entre os 49% e os 51%.
Não sejamos ingénuos ao ponto de considerarmos que, em menos de um ano, Zapatero conseguiu inverter o rumo económico do seu país e esquecermos os 8 anos de absolutismo conservador de Aznar, durante os quais este revitalizou a economia espanhola e já em 2003 esteve perto de atingir o break even.
Na altura da contagem dos votos a Espanha tremeu, a par do resto da Europa, com a perspectiva de uma viragem à esquerda, em que um candidato era eleito não por mérito, mas por demérito do seu concorrente. Felizmente para Madrid, Zapatero tem sabido capitalizar com a sabedoria e trabalho da anterior gestão.
E nós por cá?
Elegemos, igualmente, um chefe de Governo de modo a castigar outro, numa derrapagem à esquerda que nos salvou de um catatónico PSD. Não por mérito de um PS liderado por José Sócrates, mas porque não havia melhor alternativa. Santana Lopes, que por sua vez tinha assumido o gabinete à revelia de toda uma nação quando Durão Barroso deu o salto pela fronteira em busca do european dream, encarregou-se de nos despir a tanga com que este último nos tinha escondido as vergonhas, conseguindo tornar-se um embaraço para si próprio, para o seu Partido e para o País.
Será, no entanto, que nos aguarda a mesma boa fortuna de nuestros hermanos?
Não me cheira.
Vou aproveitar o momento para, publicamente, mandar à merda esse emigrante que na hora em que Portugal mais precisou dele não soube corresponder à confiança e às esperanças que um país em crise nele depositou. A Europa é muito bonita, mas era cá que nós precisávamos dele. Sim, já sei o que estão a pensar, mas por muitos defeitos que a sua política também tivesse, pelo menos tinha um plano a médio/longo prazo para recuperar a nossa economia. E aliás mostrem-me uma política económica que não tenha defeitos. Durão Barroso ao menos seguia a sua política. Um pouco à semelhança dos seus companheiros Blair e Aznar, que assumiram as suas candidaturas não por 4 anos, mas por 8, 12, 16, os que fossem necessários para reabilitar as economias dos seus países. Também as suas políticas tinham defeitos e não são, no momento presente, o cú da Europa. É de estabilidade que Portugal precisa. O rotativismo parlamentar não resultou no início da República e certamente não vai resultar no séc. XXI.
Que o nosso 1º ministro, que confesso até me tem conseguido surpreender (o que não é fácil), tenha a capacidade e a sabedoria de se fazer aconselhar por aqueles que realmente souberam elevar a excelência económica das suas nações.
Ou não haverá Euromilhões que nos salve.
1 comentário:
Ui... lá vem sequela do Sorte Nula...
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